Dona da Zara deixa de vender roupas de lã arrancada de coelhos vivos
Maria Carolina Abe
A gigante têxtil espanhola Inditex, dona da Zara, anunciou nesta semana que não vai mais vender roupas feitas de lã angorá. Tais produtos, presentes principalmente na coleção outono-inverno, deixaram de ser vendidos “no ano passado”, segundo a companhia.
O que motivou a decisão, segundo um porta-voz da Inditex, foram os maus-tratos sofridos pelos coelhos na China, que são usados para produção desse material.
A empresa tem mais de 6.000 lojas no mundo, inclusive no Brasil.
Pele é arrancada de coelhos vivos
Em 2013, a associação de defesa dos direitos dos animais Peta lançou uma campanha contra a produção da pele angorá.
A ONG divulgou vídeos mostrando criadouros na China onde funcionários arrancam a pele de coelhos vivos, que gritam de dor.
Cabras, gatos e coelhos com pelos longos, sedosos e macios são chamados de “angorá”.
Quase 90% da pele angorá vem da China –onde não há regras relativas ao tratamento de animais– e é retirada de coelhos, segundo a Peta.
Roupas serão doadas a refugiados sírios
A Inditex disse, ainda, que as roupas de lã angorá que já estão em seus estoques serão doadas a refugiadas sírios no Líbano. São 20 mil peças, avaliadas em cerca de US$ 900 mil.
A Peta divulgou nota elogiando a iniciativa. “Só pessoas que desesperadamente precisam de itens de necessidade básica têm alguma desculpa para usar pele que é retirada violentamente de animais vivos”, diz a ONG em nota.
Lista de empresas ‘do bem’
A Peta tem uma lista com o nome das empresas que já suspenderam o uso de pele angorá: http://www.peta.org/living/fashion/more-companies-ban-angora/
Entidades de defesa dos direitos dos animais também divulgam listas de empresas que não testam seus produtos (em geral, remédios e cosméticos) em bichos.
É possível encontrar uma lista com empresas nacionais aqui: http://www.pea.org.br/crueldade/testes/naotestam.htm
Com informações da agência France Presse